segunda-feira, 26 de setembro de 2016

História da língua GREGA


A origem da língua grega foi por volta de 1400 antes de Cristo. O idioma faz parte do ramo indo-europeu. Passou por vários períodos: formativo, entre 1500-900 a.C.; clássico entre 900-330 a.C.; coiné, entre 330 a.C. a 330 d.C.; bizantino, entre 330-1453 e o moderno de 1453 até o século XXI.
A língua grega sempre possuiu muitos dialetos, talvez porque cada cidade tinha seu próprio governo como um estado independente e falando sua língua de sua forma peculiar. Em diversos períodos alguns destes dialetos tiveram momentos que se destacaram pela influência cultural de sua cidade de origem, por motivos político-econômicos e principalmente pela produção literária como o dialeto grego Ático que foi usado por vários autores conhecidos. O dialeto grego Coiné destaca-se por ser uma forma muito popular da língua, mais usada pelos falantes do idioma desde o alto Egito até a Mesopotâmia. A própria palavra Coiné significa comum ou vulgar. Era uma linguagem não literária que recebeu muitas influências de elementos hebraicos, aramaicos, coptas e persas.
A Septuaginta (LXX) é a tradução do Antigo Testamento para o grego Coiné. Nela, as palavras ganharam sentidos mais amplos e com novas tonalidades semânticas. Neste texto que marcou e difundiu muito a língua, a qualidade da tradução começa fiel, mas vai decaindo até o final com tradução mais livre.
O Novo Testamento foi escrito em grego coiné, com a característica de ser mais coloquial do que o coiné utilizado na LXX, devido a forte influência de semitismos com palavras, influência da sintaxe e de traduções do hebraico e aramaico para o grego. No N.T. o coiné apresenta vários níveis: Marcos traz uma linguagem mais coloquial; Mateus, intermediária e Lucas e Atos, um grego superior muito culto. João e as cartas com seu nome possuem um grego puro no vocábulo e na gramática e as cartas de Paulo foram escritas em coiné muito regular com forte influência da LXX. O Apocalipse apresenta o coiné muito simples com o mais baixo nível do N.T.
O coiné trouxe novos sentidos de muitas palavras do aramaico, do hebraico e outras línguas semíticas enriquecendo o significado do texto bíblico. Muitos textos importantes servem de fonte para a coiné além da LXX e do N.T. como os apócrifos do N.T., as obras de Epíteto, de Flávio Josefo e vários autores patrísticos.
Até o grego se unificar como língua, passou por muitos períodos e por dois momentos a forma arcaica e purista conhecida como katharévousa foi instituída como oficial, mas o coiné, por sua popularidade prevaleceu e deu origem ao grego moderno ou Demótico que hoje é falado por cerca de 11 milhões de pessoas na Grécia, Chipre e Creta.

BIBLIOGRAFIA:
ÍNGUA GREGA: PERÍODOS HISTÓRICOS E CARACTERÍSTICAS, Édson de Faria Francisco.

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